O Grande Cisma

O ano 1054 representa um divisor de águas, não apenas na história do cristianismo como um todo, mas também na história da observância do sábado. Nesse ano os cristãos ortodoxos e os cristãos católicos se excomungaram mutuamente. O Grande Cisma – ou divisão – daí resultante, perdurou até 1967.

Um dos principais aspectos que conduziu a essa trágica separação em 1054, foi a oposição de Roma ao sábado. O patriarca Miguel Cerulário e seus associados em Constantinopla insistiram em 1053 e 1054 que os católicos romanos deveriam abandonar o seu melancólico jejum praticado aos sábados. Diziam eles que essa forma de os católicos tratarem o sábado não encontrava apoio nas Escrituras e alterava o pretendido caráter do sábado como dia de regozijo.

O Papa Leão IX recusou-se a efetuar a alteração. Ele insistia em que, dada a sua condição de sucessor de Pedro, a sua palavra constituía lei para ser obedecida por todo cristão fiel. Os temperamentos se inflamaram, e o Papa Leão ordenou a seu representante, o legado papal Cardeal Humbert, que apresentasse ao patriarca de Constantinopla um documento oficial que denunciava seu cristianismo “ortodoxo” como estando ao mesmo nível “do demônio e de seus anjos”.

O sábado santificado na igreja cristã

Os seis principais ramos do cristianismo que existiam em 1054 eram: católicos, ortodoxos, armênios, nestorianos, egípcios (ou coptas) e etíopes. Entre os ortodoxos, armênios e etíopes, o sábado era honrado – junto com o domingo – através de serviços regulares de adoração. Em adição às reuniões que se realizavam, os cristãos armênios e etíopes também honravam o sábado ao repousarem nesse dia, tanto quanto no domingo.

A partir do sétimo século as igrejas nestorianas, armênias e egípcias (coptas) foram sendo suplantadas em influência pelo islamismo, em conseqüência das conquistas muçulmanas. (Ao contrário das crenças populares, os primeiros muçulmanos – diferentemente de alguns que vieram mais tarde – não obrigaram os cristãos e judeus a aceitar o islamismo ou morrer; em vez disso, determinaram que cristãos e judeus deviam pagar impostos extras; então eles se opuseram à conversão de cristãos em muçulmanos porque esta causava uma erosão na base da taxação,” Apesar disso, a influência islâmica diluiu a influência do cristianismo nas terras conquistadas.)

Opositores a santificação do sábado do sétimo dia

Portanto, os católicos emergiram como os primeiros cristãos que se opuseram ao sábado do sétimo dia. Isso ajuda a explicar por que Daniel 7 retrata a igreja católica como tendo a intenção de “mudar os tempos e a lei”.

O fato de que o domingo é observado pelos cristãos na maior parte do mundo atual, com exclusão do sábado, é explicado pelo vigoroso esforço missionário conduzido pelos católicos e protestantes após a Reforma. Os missionários – tanto católicos quanto protestantes – levaram consigo a todas as partes do mundo a oposição católica ao sábado.

Maxwell, C. Mervin – Uma nova era segundo as profecias de Daniel p. 140 e 141