Martinho Lutero, na qualidade de professor-sacerdote católico, surpreendeu a Europa e iniciou a Reforma a partir do lema Sola Scriptura: A Bíblia e a Bíblia somente. Muitos devotos católicos, profundamente agitados, seguiram o exemplo de Lutero e tornaram-se luteranos, embora em muitos casos tenham perdido suas vidas como resultado. Irados bispos penduraram luteranos em árvores aos montões.

Mas à medida que muitos desses católicos agora transformados protestantes estudaram a Bíblia, descobriram – com muita surpresa – que o domingo cristão não apresentava claras raízes bíblicas. Oswald Glaite Andreas Fischer, dois ministros luteranos que antes haviam sido sacerdotes católicos, comprometeram-se perante si mesmos, no ano 1527, com o sábado bíblico, o “sábado do Senhor nosso Deus”. Exodo 20:8 a 11.

Lutero sentiu-se perturbado ao ver seus seguidores chegando a essa conclusão. Enviou alguns de seus melhores “teólogos” para visitar Glait e Fischer, numa tentativa de modificar-lhes o pensamento. Ele pediu que os teólogos dissessem a Glait e Fischer que, sem dúvida, os Dez Mandamentos como um todo ainda estavam em vigência, mas que o sábado do sétimo dia constituía uma simples cerimônia, que havia sido abolida por Cristo quando o Mestre morrera sobre a cruz. 

Aqui se encontra um resumo do diálogo entre os dois grupos:

1. Não constitui o sábado uma parte da lei cerimonial? Perguntaram teólogos luteranos.

Não, responderam Fischer e Glait. Ele não pode ser uma parte da lei dos sacrifícios e da circuncisão, disseram eles, pois essa lei foi dada depois que o homem pecou. Sua intenção era indicar simbolicamente ao pecador a necessidade de seu Salvador, Jesus. 

Por outro lado, sábado foi dado tão precocemente quanto a própria criaçāo do homem (Gênesis 2:3), antes que o homem houvesse pecado. 

Assim, segundo os dois ministros, o sábado foi dado antes que o homem necessitasse de cerimônias que simbolizavam o Redentor.

2. Mas não constitui o sábado, em si mesmo, simplesmente uma cerimônia? Insistiram os luteranos.

Não, responderam Fischer e Glait. Ele se encontra no próprio coração dos Dez Mandamentos, e estes – conforme Lutero admitia – representavam a lei moral.

A observância do sábado do sétimo dia envolve uma questão moral, disseram os dois.

3. Mas não foi o sábado abolido por Jesus na cruz?

Não, disseram Glait e Fischer. Pelo contrário, o próprio Jesus disse em S. Mateus 5:17 e 18: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: Até que o Céu e a Terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra.” Jesus adicionou depois o seguinte: “Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino do Cếu; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos Céus.” Verso 19.

4. Mas os apóstolos não demonstraram que a obrigação de observar o sábado cessou na cruz? insistiram os luteranos.

Não, responderam Fischer e Glait. Paulo disse em Romanos 3:31 que pela fé “estabelecemos a lei não a anulamos”. E Tiago mostra em sua epístola (2:10 a l2) que a transgressão em “um só ponto” do Decálogo torna uma pessoa culpada da transgressão de toda a lei.

5. Então, de onde vocês imaginam que se tenha originado a observância do domingo? perguntaram os luteranos. 

A esta pergunta, Fischere Glait responderam com Daniel 7:25. Eles mostraram aos teólogos luteranos que o “chifre pequeno” tentaria mudar a lei de Deus.

Fica claro que Deus tinha o propósito de comunicar maior luz ao movimento da Reforma, “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18), no entanto os reformadores e seus sucessores, deveriam receber a luz dada pela Palavra de Deus e levar adiante a reforma até o fim, avançando sempre pela fé.

Esta não foi a única vez em que Martinho Lutero foi confrontado por defender a Sola Scriptura, em outra ocasião, quando confrontado pelo clérigo católico romano John Eck, Martinho Lutero foi contestado a respeito de defender apenas a Palavra de Deus, mas persistir em tradições de homens.

Martinho Lutero, este homem usado por Deus precisava avançar na luz que o Senhor estava fazendo brilhar sobre todo o mundo. Hoje, se ouvir a voz do Espírito falando ao coração, não o endureça, mas acolhei a verdade provada pela Palavra de Deus.